A necessidade de inovar está cada vez mais presente nos discursos e nas políticas, para empresas de qualquer tamanho e em quaisquer mercados. Quando se fala ou se escreve sobre Inovação, uma palavra normalmente aparece com destaque: empreendedorismo.
O conceito de “Empreendedorismo” é mais antigo do que o conceito de Inovação. A palavra foi utilizada, pela primeira vez em uma publicação científica, por Richard Chantillon, no século XVIII. Para Chantillon, o empreendedor é um indivíduo que desempenha com êxito uma tarefa.
As ações empreendedoras não necessitam de um suporte empresarial, embora o ato de estabelecer um negócio seja sem dúvida uma ação empreendedora.
Na primeira metade do século XX, mais precisamente quando as grandes nações sofriam os efeitos da Primeira Guerra Mundial e das quebras das bolsas de valores, o economista austríaco Joseph Schumpeter publicava sua Teoria do Desenvolvimento Econômico, em que atribuía a alguns empresários, que ele considerava “iluminados”, o poder de modificar cenários econômicos pela produção e comercialização de novos produtos ou serviços.
Para Schumpeter, o inovador era claramente um empresário empreendedor, mas dotado de uma habilidade natural que lhe possibilita modificar os mercados em que atuava. Essa percepção não foi modificada até hoje; logo é fácil concluir que todos os inovadores são, antes de tudo, empreendedores.
O conceito de inovador, por outro lado, foi modificado como o tempo, principalmente na década de 1970, quando um grupo de economistas buscou revisar os escritos de Schumpeter.
Percebeu-se que a capacidade de empreender não era restrita a pessoas “iluminadas”, como dizia Schumpeter, mas que qualquer pessoa poderia aprender a ser um empreendedor. Assim o Empreendedorismo passou a pertencer a processos de formação, como uma disciplina em programas de educação superior e técnica.
Nesse novo cenário, o empreendedor continua no centro do processo, ao adquiri competências que lhe permitem seguir modificando os comportamentos dos consumidores. Quando os consumidores passam a incluir os novos produtos e serviços em suas rotinas, incorporam novos conhecimentos, que provocam novas necessidades de outras soluções.
As interações entre empresas e clientes retroalimentam assim os chamados ecossistemas de negócios, responsáveis diretos pela evolução do desenvolvimento econômico de países e regiões.
A atuação de todos os empreendedores, mesmo os que não são inovadores, é portanto vital para as economias de países e regiões, por isso os processos de formação devem ser cada vez mais presentes como formadores de competências direcionadas aos negócios.
Pode-se concluir que os inovadores são todos empreendedores, porque estão diretamente ligados aos consumidores por meio de suas atividades comerciais. Vale salientar, no entanto, que o empreendedor inovador não inova sozinho, já que pertence a um ecossistema, mas é aquele ator que tem a percepção de consolidar novos conhecimentos em um produto ou serviço destinado ao consumo.
Do lado do empreendedorismo, fica claro que nem todo empreendedor é inovador, conclusão que não reduz sua importância no ecossistema, mas ao contrário, aumenta, considerando que a geração de inovações é consequência direta do Empreendedorismo.
Laércio de Matos Ferreira
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