Nos últimos anos, Portugal passou a ser visto com outros olhos e a atrair muitos imigrantes, investimentos e empresas. De patinho feio da Europa passou a ser encarado como uma terra de oportunidades, nas mais diversas áreas de atuação. Há várias razões para isso e vou falar sobre algumas delas aqui no nosso Blog.
Em 2008, eu passei lua de mel em Portugal. Adorei o país e jamais imaginei que anos depois viria morar aqui. Em 2019, vim de mala e cuia, como se diz no Brasil. Se de 2008 para 2019 Portugal já tinha mudado bastante, essas mudanças se acentuaram ainda mais de 2019 para cá. É nítido como o país está mais “cheio”: de turistas, de imigrantes e, é claro, de oportunidades.
Os turistas invadem os pontos turísticos, os restaurantes e as praias, já que Portugal é um destino turístico relativamente barato, se compararmos com França ou Itália, por exemplo.
Os imigrantes, por sua vez, vêm em busca de qualidade de vida e de oportunidades de trabalho, motivados pela segurança que ainda encontramos no país e pelo clima ameno, se comparado ao restante da Europa. E há também quem enxergue o país como um manancial de oportunidades de investimento, especialmente no mercado imobiliário e no turismo, mas não apenas nesses setores.
A vinda de um número significativo de imigrantes para o país trouxe a necessidade de trazer produtos e serviços voltados para esse público, que está longe de ser homogêneo. Aqui há não só o público brasileiro, como também angolanos, moçambicanos, israelitas, argelinos, indianos, enfim, gente dos mais variados lugares do Globo. Assim, novos hábitos, produtos, serviços e demandas invadiram Portugal para atender a esse público diversificado e acabaram por mudar os hábitos e as preferências até mesmo dos portugueses.
Como consequência dessa “invasão”, Portugal está cada vez mais cosmopolita, com opções de moda, cultura e culinária de diversas partes do mundo. O cenário também mudou, com cada vez mais estabelecimentos comerciais, de restaurantes a discotecas, de moda a construção civil. Portugal passou a ter de tudo um pouco.
Os que vêm para investir têm em conta o fato de que os custos em Portugal, embora tenham crescido bastante nos últimos anos, ainda estão entre os mais baixos da Europa.
Apesar de todo esse aquecimento em áreas diversas da economia, ainda há quem considere que trazer negócios para cá não é uma boa ideia, em virtude do reduzido tamanho do mercado. Evidentemente, é incomparável o mercado consumidor de um país continental como o Brasil e de um país pequeno em termos populacionais como Portugal, que cabe inteirinho dentro da cidade de São Paulo. Mas, apesar disso, há grupos de pessoas aqui ávidas por novidades. E isso, é claro, é um leque de oportunidades.
Além do consumo interno, quem traz suas empresas para cá tem a oportunidade de usar Portugal como um caminho mais fácil para atingir outros países da Europa. Nesse caso, Portugal seria apenas um primeiro trecho de uma caminhada mais longa.
Mas atenção: nem tudo são flores! Vamos falar o lado ruim também aqui, Ok? Não para desanimar ou estragar seu sonho, mas para que você, se vier para cá, venha com um planejamento adequado, que considere os pontos que vamos abordar a seguir.
CULTURA
Portugal, de modo geral, é um país receptivo aos imigrantes. Há casos de xenofobia? Claro que há, mas isso é exceção, não regra.
No entanto, apesar da receptividade dos portugueses, há muitas diferenças culturais que devem ser levadas em conta na hora de abrir um negócio. Não dá para desconsiderar que os imigrantes têm hábitos e costumes muito diferentes dos cidadãos locais. Entender essas diferenças é fundamental para que um empresário consiga atingir seu público-alvo e iniciar operações no país.
RISCOS JURÍDICOS
Embora Brasil e Portugal sejam países primos (ou irmãos?), a legislação é diferente e entender essas diferenças é um passo importante para atuar em Portugal de forma legal, estruturada e correta. Não considere isso algo menor! No mundo do Direito, é mais barato atuar na prevenção do que “apagando incêndio”. Por isso, tanto o sócio quanto a empresa precisam buscar informações para criar um planejamento jurídico que mitigue os riscos.
RISCOS FISCAIS
Do mesmo modo que abordamos nos pontos anteriores, não dá para empurrar com a barriga as questões fiscais. A legislação fiscal portuguesa é mais simples do que a brasileira, sem dúvida, mas ainda assim requer atenção e cuidados, por isso é fundamental ter uma boa equipe.
O MOMENTO ATUAL
Portugal, como o restante do mundo, sofreu com as restrições provocadas pela pandemia e algumas áreas de atuação sofreram mais do que outras e recuperaram-se lentamente. Além disso, os impactos da guerra na Ucrânia têm sido sentidos pelos portugueses.
Se fora desse cenário de pandemia e guerra o planejamento já era importante, mais ainda agora com pós-pandemia, guerra e inflação.
Para afastar esses pontos “menos bons”, é fundamental que o empresário que pretende expandir os seus negócios para Portugal faça uma boa pesquisa de mercado e busque orientações quanto à parte jurídica e fiscal.
| Veja a Karla Braga em Entre Euros e Reais Siga o Instagram Entre Euros e Reais Outros temas de Karla Braga: #1 – Como planejar mudança para Portugal #2 – Quanto custa a vida em Portugal? #3- Quero começar a investir, mas… Por onde começar? #4 – A importância de registar a sua marca #5- Formalização de negócios em Portugal #6- Caminhos para morar legalmente em Portugal #7- Caminhos para morar legalmente em Portugal – Parte 2 #8 – Perspectivas para Portugal em 2023 #9 Autorização de Residência CPLP #10 Por que internacionalizar seus negócios para Portugal? |
