Raio: Desligado
Raio:
km Set radius for geolocation
Pesquisar

#3 – Quero começar a investir, mas… Por onde começar?

#3 – Quero começar a investir, mas… Por onde começar?
Vida em Portugal

No que devo investir? Essa pergunta ronda a cabeça de muita gente na hora de começar a investir e a resposta pra ela não é simples. Aliás, uma das falhas mais comuns nos planejamentos financeiros é começar pelas perguntas erradas. No texto de hoje, eu vou abordar algumas questões sobre as quais você deve refletir para dar o pontapé inicial da forma correta.

Investir parece um bicho de sete cabeças pra muita gente. Mas não é. O que não significa que seja algo simples. Requer, sim, conhecimento e pesquisa, e algum nível de esforço, mas as informações estão disponíveis nos mais variados meios (vídeos, livros, cursos, áudios, podcasts, matérias jornalísticas). E pra quem não tem tempo ou não deseja se dedicar a estudar os prós e os contras de cada investimento, há inúmeras instituições e profissionais qualificados para orientar os investidores.

Apesar de muito importante, a escolha do investimento não é o primeiro passo. Considerar assim é o equívoco de muitos investidores. É claro que, em algum momento, você vai se deparar com diversas opções e vai ter que se decidir. Mas essa decisão só vai ser assertiva se você conseguir entender previamente qual é o seu perfil e quais são os seus objetivos.

Então, antes de sair por aí decidindo entre CDB, Fundos, Ações, LCI, LCA, REIT, FII e mais inúmeras sopas de letrinhas, vamos fazer o dever de casa na ordem correta. As dicas a seguir servem para investimentos a partir de qualquer lugar do mundo. Esteja você no Brasil ou em Portugal, no Polo Norte ou na Austrália, você sempre vai ter que entender seu perfil, entender seus objetivos e traçar um plano de ação de acordo com as opções disponíveis no país onde você pretende investir.

Passo 1 – Entendendo o seu perfil

O sucesso de qualquer planejamento financeiro passa por entender quem somos e o que valorizamos. Parece clichê, conversinha pra boi dormir, mas não é não!

Dinheiro tem muito mais a ver com comportamento do que com números e matemática. A relação que temos com o dinheiro passa pela forma como fomos criados, pela relação da nossa família com os assuntos financeiros, pelas nossas experiências de vida e pelos nossos anseios e medos. E pelas nossas características de personalidade, é claro! Uma pessoa que viveu de forma muito humilde na infância, pode ter muito medo de voltar a ter tamanha escassez e, assim, tornar-se extremamente econômica, até avarenta em alguns casos. E outra com o mesmo histórico de vida humilde pode se tornar extremamente “gastadeira”, numa tentativa de compensar de algum modo os anos de carência de recursos.

Se as pessoas se comportam de forma tão distinta na forma de ganhar e de gastar dinheiro, também se comportarão de forma muito distinta na hora de investi-lo.

A primeira questão é entender para o que o dinheiro lhe serve. Prazer? Segurança? Status? Isso vai determinar de que forma você fica mais confortável na hora de se relacionar com ele.

A segunda questão é entender a sua aversão ao risco. Morre de pavor? Ou está disposto a arriscar um pouco em busca da rentabilidade? Isso vai ajudar a entender até que ponto investimentos mais arrojados podem/devem fazer parte da sua carteira.

E a terceira questão é entender para quais finalidades você quer investir. Para questões mais imediatas ou pensando lá na frente? Isso vai ajudar a entender o nível de liquidez de que seus investimentos precisam.

(*liquidez: capacidade de acessar esse valor investido; é o quanto o investimento está ou não “preso”).

As instituições financeiras normalmente têm alguns questionários para definir o perfil do investidor e, assim, oferecer a ele as opções mais alinhadas com o perfil.

Passo 2 – Entendendo os seus objetivos

Agora que você já entendeu melhor o seu comportamento, é hora de entender quais são os seus objetivos. O que você almeja? Vai juntar dinheiro com qual propósito? Não adianta juntar por juntar. Isso vai trazendo desmotivação com o tempo.

E lembre-se: não existe objetivo certo ou errado. Existe objetivo que têm ou não têm a ver com seu estilo de vida e com as suas prioridades.

Exemplos de objetivos: trocar de carro, trocar de casa, viajar para o lugar tal, fazer o curso tal, ter uma renda de x quando me aposentar, etc.  Mas para esses objetivos ficarem bacanas mesmo, na hora de listá-los você tem que colocar prazo, valor, como vai juntar, etc. Quanto mais detalhado, mais fácil será para você criar uma estratégia para alcançá-lo.

Passo 3 – Montando um plano de ação

Agora que você sabe qual é o seu perfil e quais são os seus objetivos, fica mais fácil definir o que vai rolar no curto, no médio e no longo prazo. Assim, a tarefa de escolher investimentos que estejam alinhados à sua necessidade vai acontecer de forma mais natural, sem grandes percalços. Não adianta investir em algo com resgate daqui a 5 anos se você se planejou para trocar de carro daqui a 2 anos, né?

Espero que esse passo-a-passo tenha sido útil para você e que você consiga, a partir dele, escolher as melhores opções para VOCÊ e pare de escolher a opção que foi boa para o coleguinha!

Nem tudo que é bom pro seu vizinho, pro seu amigo, pro seu pai, vai ser bom pra você!

Desejo muito sucesso em suas escolhas!

Sobre a autora:

Karla Braga é brasileira, ex-bancária, advogada, professora e mora em Portugal desde junho de 2019. É fundadora da Entre Euros e Reais e presta serviços de consultoria e mentoria na área financeira, além de cursos e palestras nas áreas financeira e jurídica. A autora escreve textos sobre a vida em Portugal e sobre planejamento financeiro para mudar de país.

Veja a Karla Braga em Entre Euros e Reais
Siga o Instagram Entre Euros e Reais

Outros temas de Karla Braga:
#1 – Como planejar mudança para Portugal
#2 – Quanto custa a vida em Portugal?

DEIXE SEU COMENTÁRIO

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com